Professor Tiago Lyra:
Licenciado em Português/Inglês pela Universidade Metropolitana de Santos/SP, professor há mais de 8 anos em cursos presenciais para concursos no Estado do Rio de Janeiro, Ex. AL Oficial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente é servidor Público do RIOPREVIDÊNCIA (Fundo Único de Previdência Social do estado do Rio de Janeiro).
Conhecido pelos seus alunos em todo o Brasil por meio do BIZU DO LYRA que indica sempre uma dica importante para as provas de Língua Portuguesa das principais Bancas do país.Bacharelando em Direito na UCAM


CONCURSO NÃO SE FAZ PARA PASSAR, MAS ATÉ PASSAR!!

sexta-feira, 30 de março de 2012

apostila da aula 1 seg pública

PROF. TIAGO LYRA - PORTUGUÊS 
APOSTILA 1 DA AULA DE SEG. PUBLICA 
Fonética estuda os sons e fonemas linguísticos. Neste ponto, estudam-se, inclusive,
tonicidade, classificação da palavra segundo a sílaba tônica, encontros vocálicos ou
consonantais etc. Parte disso já foi objeto de comentário na aula anterior.
Felizmente, não precisamos nos aprofundar, pois somente os aspectos relativos à
ortografia costumam fazer parte dos programas de concursos públicos.
Morfologia estuda a palavra em si, quer em relação à forma, quer em relação à
ideia que ela encerra (classes das palavras, flexões, elementos mórficos, terminação,
grafia). Esse é o assunto da aula de hoje.
Sintaxe é o estudo da palavra com relação às outras que se acham na mesma
oração (concordância, regência, colocação).
Semântica estuda os sentidos das palavras (já vimos na aula anterior) e Estilística
investiga o sistema expressivo que o idioma apresenta (figuras de estilo, de
linguagem etc.).

CLASSES GRAMATICAIS
A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) enumera em dez as classes
gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral, verbo,
advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Tomamos a liberdade de incluir
mais uma, apresentada sem denominação na NGB, mas reconhecida por gramáticos
consagrados: palavras denotativas.

1. SUBSTANTIVO
Palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral.

Primitivos
Dão origem a outras palavras.
Ex.: terra, casa
Derivados
São criados a partir de outras palavras.
Ex.: terreiro, aterrar; casebre, casinha
Simples
Formados por apenas um radical.
Ex.: cabra, tempo
Compostos
Formados por mais de um radical.
Ex.: cabra-cega, passatempo
Comuns
Designação genérica, referente a
qualquer ser de uma espécie.
Ex.: rua, praça, mulher
Obs. Os dias da semana, como os meses
do ano ou as estações do ano, não são
nomes próprios – designam frações do
tempo.
Próprios
Um ser específico da espécie.
Ex.: rua Rio de Janeiro, praça Duque de
Caxias, Isabela
Concretos
Nomeiam objetos, lugares, pessoas,
animais, ou seja, coisas que têm
subsistência própria.
Entram nessa espécie os fictícios e coisas
hipoteticamente existentes.
Ex.: Carmem, mesa, urso, fada, Júpiter
Abstratos
Nomeiam ações, estados, sentimentos,
qualidades, noções, ou seja, coisas que
só existem em função de outras.
Ex.:alegria, tristeza, realização, modo,
viagem, colheita, delicadeza, rispidez.
Coletivos
Os substantivos coletivos transmitem a noção de plural, embora sejam grafados no singular. Nomeiam um agrupamento de seres da mesma espécie.
Ex.: matilha, multidão, rebanho, freguesia.

GENERO DOS SUBSTANTIVOS





Os comuns-de-dois são os que têm uma só forma para ambos os gêneros, com artigos distintos: Eis
Polícia Rodoviária Federal
Apostila de Português para Concursos 49
alguns exemplos:
o / a estudante
o / a imigrante
o / a acrobata
o / a agente
o / a intérprete
o / a lojista
o / a patriota
o / a mártir
o / a viajante
o / a artista
o / a aspirante
o / a atleta
o / a camelô
o / a chofer
o / a fã
o / a gerente
o / a médium
o / a porta-voz
o / a protagonista
o / a puxa-saco
o / a sem-terra
o / a sem-vergonha
o / a xereta
o / a xerife
Sobrecomum
Os sobrecomuns são os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros: Eis alguns
exemplos:
o cônjuge
a criança
o carrasco
o indivíduo
o apóstolo
o monstro
a pessoa
a testemunha
o algoz
o verdugo
a vítima
o tipo
o animal
o bóia-fria
o cadáver
a criatura
o dedo-duro
o defunto
o gênio
o ídolo
o líder
o membro
o nó-cego
o pão-duro
o pé-frio
o pé-quente
a personagem
o pivô
a sentinela
o sósia
o sujeito
o tira

 

Epiceno

Os epicenos são os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros de certos animais,
acrescentando as palavras macho e fêmea, para se distinguir o sexo do animal. Eis alguns exemplos:
a girafa
a andorinha
a águia
a barata
a cobra
o jacaré
a onça
o sabiá
o tatu
a anta
a arara
a borboleta
o canguru
o caranguejo
a coruja
o crocodilo
o escorpião
a formiga
a girafa
a mosca
a onça
a pantera
o pernilongo
o piolho
a piranha
a rã
a raposa
a tartaruga
o tatu
o urubu
a zebra




Gênero vacilante
Existem alguns substantivos que trazem dificuldades, quanto ao gênero. Estude, então, com
muita atenção estas listas:

São Masculinos

o açúcar
o afã
o ágape
o alvará
o amálgama
o anátema
o aneurisma
o antílope
o apêndice
o apetite
o algoz
o bóia-fria
o caudal
o cataclismo
o cônjuge
o champanha
o clã
o cola-tudo
o cós
o coma
o derma
o diagrama
o dó
o diadema
o decalque
o epigrama
o eclipse
o estigma
o estratagema
o eczema
o formicida
o guaraná
o gengibre
o herpes
o lança-perfume
o haras
o lotação
o magma
o matiz
o magazine
o milhar
o nó-cego
o pijama
o pé-frio
o plasma
o pão-duro
o sósia
o suéter
o talismã
o toalete
o tapa
o telefonema
o tira-teimas
o xérox

São Femininos

a abusão
a acne
a agravante
a aguarrás
a alface
a apendicite
a aguardente
a alcunha
a aluvião
a bacanal
a benesse
a bólide
a couve
a couve-flor
a cal
a cataplasma
a comichão
a derme
a dinamite
a debênture
a elipse
a ênfase
a echarpe
a entorse
Mudança de gênero com mudança de significado
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam também de significado. Eis alguns deles:
o caixa = o funcionário
a caixa = o objeto
o capital = dinheiro
a capital = sede de governo
o coma = sono mórbido
a coma = cabeleira, juba
o grama = medida de massa
a grama = a relva, o capim
o guarda = o soldado
a guarda = vigilância, corporação
o guia = aquele que serve de guia, cicerone
a guia = documento, formulário; meio-fio
o moral = estado de espírito
a moral = ética, conclusão
o banana = o molenga.
a banana = a fruta

PLURAL DOS SUBSTANTIVOS COMPOSTOS:

1 - SUBSTANTIVO + SUBSTANTIVO
SUBSTANTIVO + ADJETIVO
AMBOS OS ELEMENTOS SE
FLEXIONAM
SINGULAR PLURAL
Baixo-relevo Baixos-relevos
Obra-prima Obras-primas
Cirurgião-dentista Cirurgiões-dentistas
Pronto-socorro Prontos-socorros
Couve-flor Couves-flores
Boa-noite Boas-noites
Amor-perfeito Amores-perfeitos
Pronto-socorro Prontos-socorros

2 - O SUBSTANTIVO ADJETIVADO NÃO
VARIA.
SINGULAR PLURAL
Navio-escola Navios-escola
Bomba-relógio Bombas-relógio
Pombo-correio Pombos-correio
Manga-rosa Mangas-rosa
Banana-maçã Bananas-macã
Peixe-espada Peixes-espada

3 - OS VERBOS E ADVÉRBIOS
SERÃO INVARIÁVEIS
SINGULAR PLURAL
Pára-queda Pára-quedas
Caça-níquel Caça-níqueis
Vira-lata Vira-latas
Todo-poderoso Todo-poderosos
Abaixo-assinado Abaixo-assinados

4- QUANDO GUARDA = POLICIAL, ESTE
TERMO SERÁ SUBSTANTIVO,
PORTANTO IRÁ PARA O PLURAL.
SINGULAR PLURAL
Guarda-noturno Guardas-noturnos
Guarda-mor Guardas-mores
Guarda - municipal Guardas-municipais

5- QUANDO GUARDA = PROTEGER, O
TERMO SERÁ VERBO, PORTANTO É
INVARIÁVEL
Verbo + substantivo _ apenas o
substantivo se flexiona
Guarda-chuva Guarda-chuvas
Guarda-roupa Guarda-roupas
Guarda-sol Guarda-sóis

6- QUANDO HÁ PALAVRAS REPETIDAS,
O ÚLTIMO ELEMENTO FLEXIONA-SE
SINGULAR PLURAL
Reco-reco Reco-recos
Tique-taque Tique-taques
Tico-tico Tico-ticos

7- QUANDO HOUVER NUMERAL
ADJETIVO + SUBSTANTIVO, OS DOIS
TERMOS IRÃO PARA O PLURAL
SINGULAR PLURAL
Meio-dia Meios-dias
Meia-noite Meias-noites
Segunda-feira Segundas-feiras


8- OS TERMOS VICE, PSEUDO, SUPER E
GRÃO (SIGNIFICANDO GRANDE)
SERÃO INVARIÁVEIS
SINGULAR PLURAL
Vice-presidente Vice-presidentes
Pseudo-representação Pseudo-representações
Grã-duquesa Grã-duquesas
Grã-fino Grã-finos
Grão-mestre Grão-mestres

8- OBS.: GRÃO-DE-BICO _ Neste caso, grão significa SEMENTE e, como há preposição,
somente o primeiro termo irá para o plural._ GRÃOS-DE-BICO
SUBSTANTIVO + PREPOSIÇÃO +
SUBSTANTIVO _ O PRIMEIRO
SUBSTANTIVO FLEXIONA-SE
SINGULAR PLURAL
Pé-de-moleque Pés-de-moleque
O Pôr-do-sol Os Pores-do-sol
Pão-de-ló Pães-de-ló
OBS.: AVE-MARIA _ AVE-MARIAS _ AVE = INTERJEIÇÃO, PORTANTO É INVARIÁVEL.

1- (BRB-DF) O plural dos substantivos couve-flor, pão-de-ló e amor-perfeito
é:
a) couve-flores, pães-de-ló, amores-perfeitos;
b) couves-flores, pães-de-ló, amores-perfeitos;
c) couves-flor, pães-de-lós, amores-perfeitos;
d) couves-flores, pães-de-lós, amor-perfeitos;
e) couves-flores, pães-de-lós, amor-perfeitos;


2 - (CESPE) Todos os plurais de nomes compostos abaixo estão corretos
exceto:
a) alunos de escolas-modelo;
b) comprar vários quebra-nozes;
c) procurar os chefes-de-seções;
d) contratar guardas-noturnos;
e) receber os redatores-chefes.




2. ADJETIVO
Palavra variável modificadora de substantivo ou palavra substantivada, exprimindo
qualidade, estado ou propriedade.
Pode também atribuir uma relação, como tempo (recebimento mensal), proveniência
(vinho chileno) etc. A esses dá-se o nome de adjetivos relacionais.
Locução adjetiva é uma expressão que equivale a um adjetivo. Geralmente é
constituída de preposição e substantivo ou preposição e advérbio.
mesa de madeira casa da frente
Cuidado! Só podemos analisar e classificar os vocábulos a partir do contexto.
Por exemplo, doméstica, a princípio, seria um adjetivo. Contudo, em “As
domésticas não têm muitos de seus direitos reconhecidos”, essa palavra é um
substantivo.
Aliás, é muito estreita a relação entre o substantivo e o adjetivo. Muitas vezes, a
posição desses elementos na oração implica alteração de sua morfologia.
Por exemplo: negro jogador / jogador negro – no primeiro, “negro” é um
substantivo e sua qualidade é “jogador” (assim como em “negro pintor” ou “negro
lutador”). Isso se inverte no segundo exemplo, em que “negro” é uma característica
do jogador. A palavra-núcleo é o substantivo, e o adjetivo o caracteriza.
Essa possibilidade de alteração morfológica e/ou semântica dos adjetivos, em função
de sua colocação na frase vem sendo objeto de questões dos mais recentes
concursos públicos.

Adjetivo composto formado por dois adjetivos: só o segundo elemento varia.
sapato marrom-escuro �� sapatos marrom-escuros
camisa azul-clara �� camisas azul-claras
Exceção: azul-marinho e azul-celeste – todos os elementos são adjetivos, mas esses adjetivos não se flexionam.
camisas azul-marinho / azul-celeste.
OBS: No adjetivo composto surdo-mudo, variam os dois elementos:
surdos-mudos / surda-muda
Em relação a esse ponto, veja a assertiva INCORRETA presente em uma questão de
prova da ESAF (AFC 2002):
“O plural do adjetivo composto “político-institucional” se faz adicionando a desinência
de plural aos dois elementos.”.
É falsa essa afirmação, pois, como vimos, nesse caso, varia apenas o último
elemento: político-institucionais.
Adjetivo composto formado por um adjetivo e um substantivo: permanecerá
invariável.
Uniformes verde-oliva sofás marrom-café.
Isso também acontece em adjetivos simples indicativos de cores que derivam de
substantivos.
Vestidos cinza bonés laranja carros prata anéis turquesa

3. ARTIGO
Classe variável que define ou indefine um substantivo. Gosto de brincar dizendo que
o artigo é igual a arroz – só serve para acompanhar. Nunca vem isolado ou longe de
um substantivo.
Pertencem à classe de palavras variáveis, flexionando-se em gênero e número.
Podem ser:
Definidos: o/a, os/as
Indefinidos : um/uma, uns/umas
Servem para:
- substantivar uma palavra que geralmente é usada como pertencente a outra
classe.
calça verde (adjetivo) / o verde (substantivo) da camisa
não quero (advérbio) / Deu um não (substantivo) como resposta.
- evidenciar o gênero do substantivo comum-de-dois.
o colega / a colega o personagem / a personagem o pianista / a pianista

PRONOMES
Pronome é o vocábulo que, ao pé da letra, “fica no lugar do nome” (chamado de
pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo).
Para compreender melhor a função dos pronomes, precisamos saber o conceito de
coesão textual, pois essas palavras, assim como os conectivos (conjunção e
preposição – a serem estudados na próxima aula), são responsáveis por estabelecer
nexo entre as idéias do texto.
Coesão textual é a ligação entre os elementos da oração e delas em relação ao texto.
A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta de coesão, exatamente porque
a leitura fica prejudicada pelo emprego inadequado de pronomes, conjunções ou
outros elementos textuais, inclusive a pontuação. Por exemplo, o uso inapropriado de
“porquanto” ou de “a ele” pode levar o leitor a uma conclusão diversa da que se
pretendia dar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (alguns chamam de “ruptura
semântica”).
Os pronomes exercem um papel decisivo na construção de um texto coeso e coerente,
a partir de indicações corretas aos seus elementos.
Muitas questões de prova abordam esse conhecimento. Algumas vezes, a banca
(especialmente, ESAF e CESPE) faz afirmações sobre as referências textuais e o
candidato deve verificar se estão corretas essas indicações. Para isso, a compreensão
correta do texto e o domínio do significado de seus elementos são decisivos.

1 - PESSOAIS
1.1 - CLASSIFICAÇÃO
Designam as três pessoas do discurso. Classificam-se em RETOS e OBLÍQUOS.
RETOS: funcionam como sujeito ou predicativo do sujeito. Por isso, Rocha Lima os
denomina pronomes subjetivos (no papel de sujeito).
Tu não és eu.
O fato de ele reconhecer o erro não importa.
OBLÍQUOS: funcionam como complemento, motivo pelo qual Rocha Lima os chamou
de pronomes objetivos.
Vi-o na rua
Deu-lhe um bom presente
Quero comprá-las
Fi-los entrar
Nesse último exemplo (Fi-los entrar.) vemos um caso excepcional em que o pronome
oblíquo exerce a função sintática de sujeito (do verbo entrar), assunto que será
apresentado mais adiante (caso 1.3).







1 - (FUNDEC / TJ MG / 2002)
Tendo em conta o emprego das formas pronominais "eu" e "mim", assinale a
alternativa INCORRETA.
a) Toda a conversa entre eles e eu se deu a portas fechadas.
b) Seria muito penoso para mim comparecer ao julgamento.
c) Quando me aproximei, notei que falavam sobre você e mim.
d) Não há diferença entre eu lhes dar a notícia ou qualquer outra pessoa.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Adoro essa parte da matéria! É o momento em que posso ajudá-lo(a) a nunca mais
errar uma questão sobre colocação pronominal. Basta que você estude bem o que será
apresentado a seguir.
Para começar, precisamos conhecer a terminologia que será usada.
Ênclise �� o pronome aparece após o verbo.
Próclise �� o pronome surge antes do verbo.
Mesóclise �� o pronome é colocado no meio do verbo.

PRONOMES DE TRATAMENTO
Entre os pronomes pessoais, destacam-se os pronomes de tratamento, que são usados
no trato com as pessoas.
O pronome a ser utilizado vai depender da intimidade (você, senhor, senhora) e/ou da
cerimônia que se tenha com essa pessoa, de acordo com seu cargo, função, título etc.
Esses são pronomes da segunda pessoa do discurso, ou seja, representam a pessoa
com quem falamos. Para isso, usamos um pronome de 2ª pessoa (vós) – Vossa
Majestade, Vossa Excelência, Vossa Senhoria etc.
Não obstante serem usados ao nos dirigirmos a alguém (2ª pessoa do discurso), esses
pronomes de tratamento levam o verbo e os pronomes possessivos à 3ª pessoa:
Vossa Excelência tem manifestado sua opinião.
Para simplificar, basta lembrar o mais famoso pronome de tratamento: VOCÊ.
Tudo o que acontece com VOCÊ vai acontecer com qualquer outro pronome de
tratamento.
Você sabia que seu desempenho em Português tem melhorado bastante?
Então, se usássemos “Vossa Senhoria”, a construção seria:
Vossa Senhoria sabia que seu desempenho em Português tem melhorado bastante?
Isso tudo se explica: originalmente, a forma de tratamento era “Vossa Mercê”, que
variou para “vosmecê”, dando origem a “você”. Hoje em dia, na linguagem cotidiana,
chegamos a abreviar ainda mais: falando, usamos “cê" (‘Cê soube da última?); na
escrita, é comum colocarmos “vc”, especialmente em textos coloquiais e da internet.
Assim, encolhemos cada vez mais o pobrezinho! Qualquer dia ele some... rs...
Quando nos referimos a pessoa de cerimônia (sem nos dirigirmos a ela), o pronome a
ser usado passa a ser de 3ª pessoa: Sua Majestade, Sua Excelência, Sua Senhoria etc.
Raramente, esse tema é objeto de prova.

FUNÇÕES DOS PRONOMES DEMONSTRATIVOS
No quadro a seguir, serão apresentadas as funções dêitica, anafórica e catafórica
dos pronomes demonstrativos.
O que foi??? Algum problema?? Parece que você levou um susto com essas
expressões. Vamos entender o que cada uma delas significa.
- FUNÇÃO DÊITICA: é a capacidade de indicar um objeto sem nomeá-lo. Assim,
quando dizemos “aquele tempo era maravilhoso!”, o pronome demonstrativo indica o
tempo a que me refiro (tempo distante ocorrido no passado – usamos o pronome
“aquele” para indicá-lo).
- FUNÇÃO ANAFÓRICA e CATAFÓRICA: em relação ao texto, o pronome
demonstrativo pode se referir a algum elemento que já surgiu (referência anafórica –
passado – para trás) ou que ainda surgirá (referência catafórica – futuro – para a
frente).





PESSOA 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa
PRONOME ESTE, ESTA, ISTO ESSE, ESSA, ISSO AQUELE, AQUELA,
AQUILO
Perto do falante Perto do ouvinte
Longe do falante e do
ouvinte
POSIÇÃO
ESPACIAL
Este documento é
meu. - O documento
está bem próximo do
falante (ou mesmo em
suas mãos).
Esse documento é
meu. - O documento
está bem próximo do
ouvinte.
Aquele documento
que está na mesa é
seu? - O documento
está distante tanto do
falante quanto do
ouvinte.
Em referência a um
momento presente ou
que ainda não passou.
Em referência a um
momento passado.
Em referência a
tempos distantes, tanto
no passado quanto no
futuro.
POSIÇÃO
TEMPORAL
Este ano está sendo
proveitoso. – O ano a
que se refere está em
curso (momento
presente).
Essa noite sonhei
com ela. – A noite a
que se refere já passou
(passado próximo).
Naquela
oportunidade algo
estranho ocorreu..
Faz-se menção a um
momento que ocorreu
em um passado
remoto.
REFERÊNCIA
TEXTUAL
Em relação ao que se
vai enunciar (futuro
próximo).
Em relação ao que já
foi mencionado
anteriormente.
Em relação ao que se
encontra mais distante
no texto, fazendo
distinção entre dois
elementos textuais.

O problema é este:
ninguém está
satisfeito com você.
–ainda será
mencionado aquilo que
é indicado pelo
pronome.
Ninguém está
satisfeito com você.
Esse é o problema
O pronome faz menção
ao que já foi
apresentado .
João e Mário
estudam na UERJ.
Este, Física; aquele,
Letras. – O pronome
“este” (Mário) faz
menção ao mais
próximo, enquanto que
“aquele” (João) se
refere ao




PRONOMES DEMONSTRATIVOS EM REFERÊNCIAS TEXTUAIS
Quando um pronome demonstrativo faz referência a algo já mencionado no texto, ou
seja, a algo que está no “paSSado” do texto, deve-se usar ESSE / ESSA / ISSO (com o
SS do paSSado). Se a referência ainda vier a ser apresentada (pertence ao fuTuro),
usa-se ESTE / ESTA / ISTO (com o T do fuTuro) – gostou dessa dica mnemônica?
Modernamente, reduziu-se o rigor no emprego do pronome demonstrativo em
referências textuais, inclusive em relação às provas (veremos em seguida). Contudo,
em textos formais, deve-se observar o correto emprego dos pronomes demonstrativos.

INDEFINIDOS
Como o próprio nome já indica, referem-se à terceira pessoa com sentido vago ou
indeterminado.
São exemplos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, vários, demais, tanto,
quanto, qualquer, alguém, ninguém, tudo, outrem, nada, cada, algo, mais,
menos, que, quem, (LOCUÇÕES) cada qual, qualquer um, quem quer etc.

bizu:

OBSERVAÇÕES SOBRE ALGUNS PRONOMES INDEFINIDOS
ALGUM - O pronome indefinido algum, posposto ao substantivo, assume valor
negativo:
Problema algum irá me fazer desistir de estudar. (=NENHUM PROBLEMA)

DEMAIS - Não confunda o pronome indefinido demais com o advérbio homônimo.
Esse vocábulo é indefinido quando equivale a ‘outros’ e se referem a substantivos. Já o
advérbio indica intensidade, modificando um verbo (Ele bebe demais), adjetivo (Ele é
alto demais) ou um advérbio (Ele fala alto demais).
Fiquei com dois cãezinhos. Os demais (= OUTROS) foram vendidos na feira.
QUALQUER – É o único vocábulo da língua portuguesa que se flexiona “no meio” –
quaisquer – em virtude do processo de formação (pronome indefinido qual + verbo
quer).
TODO – Existe diferença entre o emprego desse pronome diretamente ligado ao
substantivo e acompanhado de um artigo. Isso só acontece no singular.
No primeiro caso, assume valor indefinido:
Toda criança tem direito a assistência familiar. (= qualquer criança)
No segundo caso, acompanhado de artigo, passa a significar “inteiro”.
Toda a criança ficou machucada. (= a criança toda – inteira)

INTERROGATIVOS
Como os pronomes indefinidos (que no fundo também são), referem-se à terceira
pessoa de modo vago em interrogações (diretas e indiretas)
As diretas exigem uma resposta imediata e terminam com um ponto de interrogação.
Já as indiretas se constroem em períodos compostos (normalmente com verbos saber,
ver, verificar, ignorar etc.) e não terminam com ponto de interrogação (com ponto
final, reticências etc).
Quem vai à praia?

RELATIVOS
Sem medo de errar, afirmo que a maior parte das questões de prova que tratam de
PRONOMES exploram o conhecimento do candidato acerca do emprego dos PRONOMES
RELATIVOS.
6.1 - DEFINIÇÃO
Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos sobre
concordância e regência com pronomes relativos. Agora, veremos quais são esses
pronomes e como devem ser empregados na oração subordinada adjetiva que
iniciam, especialmente em relação aos seus referentes e ao emprego de preposição.
Sempre que abordo “pronomes relativos”, lembro a história da Branca de Neve (é
sério!!!) – dos sete anões, seis apresentavam características particulares e fisicamente
eram parecidos (pareciam gnomos); somente um deles se destacava dos demais – era
completamente diferente (parecia um duende, era mudo) e recebia tratamento
especial (dizem que era o preferido da princesa... com uma filha de 3 aninhos, estou
por dentro dos detalhes...rs...).
Agora, vamos fazer uma analogia com os pronomes relativos.
Os pronomes que/o qual, onde, quando, quanto, como e quem devem ser usados,
cada qual, de acordo com seus próprios referentes, mas, grosso modo, fazem a
mesma coisa - referência a um substantivo antecedente.
Já “cujo” (o “Dunga” do grupo e, sem dúvida, o predileto das bancas examinadoras) é
diferente de todos – liga dois substantivos com “idéia de posse” (coisa que os outros
não fazem), flexiona-se em gênero e número com o substantivo subseqüente (coisa
que os outros também não fazem – “o qual” varia, mas de acordo com o antecedente).
Talvez seja esse o motivo de tanta gente já ter abolido o pobrezinho do seu dia-a-dia
(mataram o “Dunga”, e não é o técnico da nossa seleção – é o pronome CUJO!!!),
usando o “que” indevidamente no seu lugar.
Não é raro ouvirmos esse erro por aí, inclusive em músicas. Veja um exemplo disso:
Eu presto atenção em cores que eu não sei o nome/ Cores de Almodóvar/ Cores de
Frida Khalo... cores
(Esquadros – Adriana Calcanhoto)
O que ela não sabe? O nome das cores.
Então, a construção seria: Eu presto atenção em cores cujos nomes não sei.
Mas NINGUÉM IA CANTAR ISSO AÍ!!! A música não faria tanto sucesso...rs...
Do jeito que está, até hoje toca nas rádios.
Agora, observe a letra de uma música do fenomenal Chico Buarque: “A Foto da Capa”,
do disco “Paratodos”. Em sua letra, o compositor usou corretamente o pronome CUJO
na música e, como eu previ aí em cima, a música não fez sucesso (...rs...).
Segue a letra para os que não conhecem a canção:
O retrato do artista quando moço
Não é promissora, cândida pintura
É a figura do larápio rastaqüera
Numa foto que não era para capa
Uma pose para câmera tão dura
Cujo foco toda lírica solapa
Era rala a luz naquele calabouço
Do talento a clarabóia se tampara
E o poeta que ele sempre se soubera
Claramente não mirava algum futuro
Via o tira da sinistra que rosnara
E o fotógrafo frontal batendo a chapa
É uma foto que não era para capa
Era a mera contracara, a face obscura
O retrato da paúra quando o cara
Se prepara para dar a cara a tapa
O foco da câmera solapa (destrói ou oculta, esconde) toda lírica (poesia, beleza) em
virtude da dureza (rigidez) daquela. A relação de subordinação entre os dois elementos
(foco da câmera) abona o emprego do pronome relativo CUJO.
Lindo isso, não é? Tinha de ser mesmo do Chico!
Outra letra nos foi trazida por Antônio, um querido colaborador do curso passado. A
canção se chama “Raça Humana” e é de Gilberto Gil (outro campeão de citações do
curso...rs...). Veja só.
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão

CARACTERÍSTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS
QUE Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso chamado de “pronome
relativo universal”. Normalmente é empregado em relação a “coisa”, já que
os demais referentes têm pronomes relativos específicos (lugar, quantidade,
modo).
Aceita somente preposições monossilábicas, exceto sem e sob.
O QUAL Assim como “que”, pode ser usado com qualquer antecedente. Aceita
preposição com duas ou mais sílabas, locuções prepositivas, além de sem e
sob (rejeitadas pelo “que”).
É usado quando o referente se encontra distante ou para evitar
ambigüidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o acidente.
Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a dúvida, uso “o
qual” para ele ou “a qual” para ela.
QUEM Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá antecedido de
preposição – Ele é o rapaz de quem lhe falei.
ONDE Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que a isso se
assemelhe (livro, jornal, página etc.) – “A gaveta onde guardei o dinheiro foi
arrombada.”; pode ser substituído por “em que”.
COMO Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA – O jeito como
escreve mostra a pessoa que é.
QUANDO O antecedente dá idéia de TEMPO, também equivalente a “em que” – Época
de ouro era aquela, quando todos andavam tranqüilos pelas ruas.
QUANTO O antecedente dá idéia de QUANTIDADE - normalmente precedido de um
pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos, todas) – Tenho tudo quanto
quero. Leve tantos quanto quiser.
Esses pronomes relativos representam sempre substantivos ou pronomes substantivos
nas orações adjetivas que formam.
Mais uma vez alertamos para não confundi-los com pronomes interrogativos que idêntica
grafia. Estes não têm antecedentes e podem aparecer em orações interrogativas diretas
ou indiretas (Quem bateu? / Não sei onde moras/ Quanto custa? / Como farei? / Preciso
saber quando estará pronto o almoço. / Que gostaria de saber?).
CUJO (e flexões) – o mais especial de todos; liga dois substantivos indicando idéia
de posse (entre os substantivos, haveria uma preposição de) – “O rapaz cuja mãe
faleceu recentemente procurou por você.” (mãe do rapaz faleceu – rapaz cuja mãe
faleceu); concorda com o substantivo subseqüente, flexionando-se em gênero e número,
e dispensa o artigo (não existe “cujo o” ou “cuja a”);

(NCE UFRJ / ARQUIVO NACIONAL Agente Adm./ 2006)
“com a qual ninguém deseja se identificar”; a utilização da preposição COM antes
do pronome relativo QUE se deve à regência cobrada pelo verbo IDENTIFICARSE.
A alternativa em que houve erro num caso semelhante de regência é:
(A) da qual ninguém desejava afastar-se;
(B) contra a qual ninguém queria lutar;
(C) com a qual ninguém discordava;
(D) sem a qual ninguém podia sair;
(E) pela qual ninguém escapava.

(FGV / MPE AM / 2002)
Assinale a alternativa em que a preposição utilizada antes de cuja NÃO é a
correta.
(A) Ele é o cronista sobre cuja prosa escrevi alguns artigos.
(B) Ele é o cronista de cuja prosa já me pronunciei.
(C) Ele é o cronista com cuja prosa mais me entretenho.
(D) Ele é o cronista a cuja prosa já fiz reparos.
(E) Ele é o cronista por cuja prosa mais me interesso.